Ela talvez nem soubesse bem o que esperar da vida, diante dos desvelos mal-costurados que lhe aprouvera, sabia que na sua derradeira espera, o destino como de costume, para aqueles que voam alto e que apesar de não terem para-quedas, mergulham no abismo de olhos fechados, sempre a surprendia, mais tudo aquilo à sua volta ainda lhe era muito enfadonho, não subjulgava nada, nem ninguém, afinal ela era tão avessa às coisas comuns, que nada lhe estranhava, ainda assim, ela ficava surpresa com os remendos que ao longo do caminho aprendera a dar, apesar de sentir-se tolhida, ela sempre procurava num cantinho da sua infinita impaciência, agulha e linha e remendava os sonhos que teimavam em lhe escapar... Ana Elizabeth Baade

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